Não se pode negar que as denúncias de cartel e favorecimento
patrocinados por governos do PSDB em licitações do Metrô e da CPTM evidenciam,
de forma clara, o tratamento diferente
que é dado quando irregularidades são praticadas pela oposição ao governo
federal.
O caso mostra a diferença de conduta não só da imprensa, mas também do
Judiciário e do Ministério Público, que atuam de maneira "seletiva".
No caso da mídia, cai por terra o mito da imparcialidade, tão apregoado , de
forma canhestra, pelos prepostos dos barões dos conglomerados de comunicação.
A
Folha de S. Paulo, na cobertura inicial, tratou o caso como se fosse de um
governo dos confins da Ásia, com abordagem anódina e destituída de vínculo com
o Estado de São Paulo. Sem falar que o assunto era de conhecimento público
desde 2008, com sucessivas denúncias feitas pelo PT e com repercussão restrita,
praticamente, aos blogs e sites de esquerda.
Blindagem dos tucanos, em outras
palavras. Que só será superada com mobilização dos movimentos sociais, para
pavimentar o caminho para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) na Assembleia Legislativa/SP para investigar as suspeitas de corrupção no
Estado.
O PT quer a investigação da
responsabilidade ou omissão de agentes públicos e políticos do PSDB
relacionados às denúncias de formação de cartel entre empresas para obras e
manutenção de equipamentos do Metrô e da CPTM.
O cartel seria formado pelas
empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui, envolvendo
superfaturamento nos preços, pagamento de propinas e fraudes em licitações e
contratos desde 1997, período de hegemonia do PSDB no Palácio dos
Bandeirantes.
A instalação da CPI tem
duas barreiras difíceis de serem transportadas. A regimental, que depende do
Colégio de Líderes para ser superada, e a política. Com 26 assinaturas já
coletadas, o PT teria de conseguir o apoio de mais seis deputados entre os 68
que o governador Geraldo Alckmin tem a seu favor.
A aposta é que as assinaturas
que faltariam para viabilizar a CPI sejam de deputados que se sintam
constrangidos em não apoiar uma iniciativa cuja demanda tem a ver com as
recentes manifestações de rua por transparência e contra a corrupção, um risco
alto em ano pré-eleitoral.
Material elaborado a partir de informações obtidas em sites oficiais,
noticiários e na blogosfera
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