segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O farisaísmo dos supostos democratas de hoje que se calaram no governo FHC

Numa espécie de reedição da Marcha Com Deus pela Família, que ajudou na deflagração do golpe militar de 1964, grupos de supostos democratas agora voltam a falar que a democracia no Brasil está ameaçada. O motivo real é o medo do povo, do voto popular que deve confirmar Dilma Rousseff como vencedora já no primeiro turno das eleições presidenciais. A sensibilidade desses grupos está aguçada, ainda mais diante da possibilidade de o PT e aliados conformarem uma sólida maioria parlamentar no Congresso Nacional, o que, na visão distorcida da atual oposição, seria uma verdadeira "ameaça à democracia.

O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), ironiza o comportamento desses "democratas", que têm ampla cobertura da grande mídia comercial, numa tabelinha que tenta vender a imagem de que o Brasil estaria à beira de um controle total da imprensa. O líder do PT lembra, em artigo, que , "inspirados por um neoudenismo opaco e alimentados por um mal disfarçado ressentimento político", esses autodenominados "democratas convictos" não se pronunciaram sobre o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando prevaleceram o pensamento único sob a hegemonia do neoliberalismo e o controle total do Congresso. Com o Congresso sob controle, FHC aprovou medidas de conteúdo antinacional - como as privatizações - e o seu segundo mandato. "Os que hoje se dizem "democratas convictos" não levantaram suas vozes contra a denúncia de compra de votos para aprovar a medida que beneficiou o sociólogo tucano e sua turma".

" Turbinado pelo Plano Real, que produziu efeitos distribuidores de renda no curto prazo e promoveu o chamado "populismo cambial", o governo FHC conseguiu formar uma maioria parlamentar e política que faria corar o democrata mais convicto. Na Câmara dos Deputados, o que os atuais "defensores da democracia" chamam de "partido único" (o PT) tinha apenas 49 parlamentares e a oposição como um todo reunia pouco mais que uma centena de deputados. Assim, o governo FHC tinha à disposição uma maioria acachapante de quase 400 parlamentares. No Senado, a situação era pior (ou melhor, para os "democratas convictos"), o PT tinha cinco senadores e a oposição como um todo menos do que 20, assinala Ferro.

Ferro observa que é curiosa a queixa da imprensa de hoje, que viveu, com honrosas exceções, sob o manto monolítico do pensamento único neoliberal defendido pelo PDSB e PFL (atual DEM) e agora vem dizer que é ameaçada pelo governo do PT. O PIG virou um verdadeiro PRI: não quer mudanças e julga ter todo o poder para não dar satisfações a ninguém
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