sexta-feira, 12 de abril de 2013

Adoção de cotas não provocou apocalipse


Valmir Assunção

Para os que desmerecem a importante política afirmativa de cotas nas universidades, a revista Isto é Independente desta semana vem coma reportagem que é um verdadeiro tapa no preconceito. A matéria Por que as cotas raciais deram certo no Brasil traz o sucesso da política em vários casos concretos de estudantes negros que adentraram à universidade e hoje estão no mercado de trabalho, exercendo profissões e cargos antes restritos a uma elite branca.

A mesma revista, em 2008, publicou uma entrevista da procuradora e ex-assessora do ministro Marco Aurélio Mello, Roberta Fragoso Kaufmann, em que defendia o abandono do sistema de cotas no Brasil, por que, segundo ela, o governo queria desunir o que está unido e importar um problema que não é nosso, que é o problema da segregação racial.

Cinco anos depois, a revista mostra o contraditório.

Para os apocalípticos, o sistema de cotas culminaria numa decrepitude completa: o ódio racial seria instalado nas salas de aula universitárias, enquanto negros e brancos construiriam muros imaginários entre si. A segregação venceria e a mediocridade dos cotistas acabaria de vez com o mundo acadêmico brasileiro, diz a revista. Nada disso aconteceu, como bem disse a reportagem. E os críticos e defensores do fim da política de cotas estavam errados.

Os resultados de todas essas políticas também podem ser constatados na pesquisa recente feita pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar do IBGE, constatou que dos 36 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média durante os últimos dez anos, 75% eram negros.

Com isso, a participação dos negros na classe média subiu de 38% em 2002 para 51% em 2012.

A revista traz uma importante afirmativa: As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados são, sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma universidade pública e de qualidade. Os dados de corte no vestibular dos cotistas são equiparados aos níveis normais, o desempenho dentro da universidade é satisfatório, quando não se saem melhor que os não beneficiários.

A Isto é Independente traz a pesquisa da Uerj, pioneira na adoção do sistema de cotas. A Universidade carioca analisou as notas de seus alunos durante 5 anos. Os negros tiraram, em média, 6,41. Já os não cotistas marcaram 6,37 pontos. Caso isolado? De jeito nenhum.

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que também é referência no País, uma pesquisa demonstrou que, em 33 dos 64 cursos analisados, os alunos que ingressaram na universidade por meio de um sistema parecido com as cotas tiveram performance melhor do que os não beneficiados. E ninguém está falando aqui de disciplinas sem prestígio.

Em engenharia de computação, uma das novas fronteiras do mercado de trabalho, os estudantes negros, pobres e que frequentaram escolas públicas tiraram, no terceiro semestre, média de 6,8, contra 6,1 dos demais. Em física, um bicho de sete cabeças para a maioria das pessoas, o primeiro grupo cravou 5,4 pontos, mais dos que os 4,1 dos outros (o que dá uma diferença espantosa de 32%..

Senhoras e senhores, o que faltava era oportunidade e isso a política de cotas garante. São estudantes que estão nas universidades que buscam a educação superior para melhorar a qualidade de vida de toda a família. Muitos deles são – ou serão – os primeiros na família a ter ensino universitário completo.

Deixo a matéria anexada e parabenizo a reportagem. As transformações são profundas e visíveis. Há 15 anos, segundo a revista, apenas 2% deles tinham ensino superior concluído. Hoje, o índice triplicou para 6%. Notem que a evolução ainda é irrisória, o que nos faz concluir que a política afirmativa precisa ser intensificada.

Sim, senhoras e senhores, o racismo no Brasil ainda é um problema sério. Basta olhar ao nosso redor: apesar de sermos maioria na população brasileira, são poucos os políticos negros nesta Casa e no Senado Federal. Na TV, a população negra, na grande maioria das vezes, não é representada. Os números mostram que a juventude negra está sendo exterminada: a cada três assassinatos, dois são de pessoas negras, o que mostra que a nossa segurança pública ainda é voltada para a proteção de uma elite branca; na Paraíba são mortos 1.083% mais negros do que brancos. Na Bahia, meu estado, os assassinatos de negros superam em 439,8% os de brancos.

Temos ainda muito que realizar. Mas no sentido da educação, da oportunidade, da reparação, estamos no caminho certo.

Valmir Assunção é deputado federal pelo PT-BA (texto publicado no Viomundo em 11/04/2013)
http://www.viomundo.com.br/politica/valmir-assuncao-apocalipse-dos-que-combatiam-as-cotas-falhou.html

Sofrem os pessimistas


Josias Gomes

Enquanto os pessimistas da oposição continuam apregoando a desgraça econômica no Brasil, os acontecimentos se ocupam de provar o contrário. Nada corrobora as previsões oposicionistas, e a população segue se beneficiando das boas perspectivas da economia nacional, proporcionados pela boa política econômica e social do governo Dilma.

A vez agora diz respeito ao crescimento das vendas. Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgado ontem, o volume de vendas cresceu 12,38% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado.

De acordo com o que foi divulgado pelas duas entidades vinculadas ao comércio, a pesquisa leva em conta o número de transações a prazo e pagamentos em cheque que exigiram consultas ao banco de dados do SPC. São essas as fontes que permitem ao comércio realizar suas pesquisas correntes.

De acordo com o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, a alta das vendas em março superou as expectativas e mostra que as políticas do governo federal de incentivo ao consumo não estão perdendo fôlego. Diz o empresário que o consumo dos brasileiros por meio do crédito se mantém forte e acima das estimativas.

O empresário diz que havia preocupação de que a mola do crédito tivesse perdido força, o que felizmente não ocorreu. Anda conforme o empresário, o processo vem se repetindo desde o início do ano, e que, na opinião dele, a manutenção do crédito é uma tendência. Quer dizer, o prognóstico é de que as vendas continuem progressivas.

Segundo as informações da pesquisa, ainda, no acumulado do ano, o volume de vendas cresceu 9,16% em relação aos três primeiros meses de 2012. Conforme o dirigente da CNDL, a manutenção dos juros baixos, a farta oferta de crédito com prestações alongadas e o aumento da população empregada estão ajudando a manter o consumo aquecido.

Mas, os oposicionistas insistem em apregoar a desgraça econômica e social. Em outros momentos, claramente expressando o desejo de que suas desgraças aconteçam realmente, se dedicam a prever o desemprego, inflação alta, e outras impressões negativas. Trata-se da última esperança que alimentam em vencer o pleito do próximo ano.

Novamente parecem, os oposicionistas, estarem redondamente engados em tudo. Economistas independentes, diferentemente do que apregoam os líderes e outras figuras da oposição. Na verdade, as previsões são de que a alta dos preços é tendência com previsão de queda nos próximos meses, enquanto o emprego continua em níveis bem altos.

Seria bom que a oposição engrossasse o coro popular em favor da continuidade das atuais políticas do governo federal, que vem dando certo no país, como nunca nos 500 anos de nossa história. O povo quer a continuidade dos programas de redistribuição de renda, as desonerações e as políticas econômicas e sociais em geral.

Porém, e para o bem do país, o governo continua articulando com as forças econômicas nacionais visando a continuidade do desenvolvimento nacional. Por isto é que governo e empresários estão lançando agenda para desenvolver 19 setores da economia. As metas devem ser implementadas até o final de 2014, segundo informou ontem o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges.

Conforme o anúncio, os segmentos econômicos estão organizados em conselhos de competitividade, que organizaram o debate das agendas. Esses colegiados são integrados por representantes do governo, do setor privado e dos trabalhadores. Entre os setores beneficiados estão complexo da saúde, automotivo, construção civil, agroindústria, energias renováveis, comércio e petróleo, gás e naval.

Pois bem. O Brasil continua seguindo em frente, apesar dos desejos contrários da oposição. Que muito mais teriam a ganhar, em credibilidade, caso admitissem os reais progressos que o Brasil vem experimentando. E que assim vai continuar, graças à disposição do povo brasileiro, cabalmente demonstrada nas várias pesquisas há 10 aos realizadas no país.

Josias Gomes é deputado federal pelo PT-BA