terça-feira, 4 de maio de 2010

Energia nuclear, interesses estrangeiros e a soberania brasileira


O acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera provoca o aquecimento global e suas catastróficas conseqüências cerca de 77% desses gases correspondem a CO2, dióxido de carbono, resultado inevitável da queima de combustíveis fósseis para gerar energia elétrica e para movimentar indústrias e veículos, desde automóveis a aviões e navios. Esta é a base da economia industrial moderna, desde a construção de uma máquina a vapor, capaz de girar uma roda, em 1781, por James Watt. Chegou a hora de mudar, e um dos caminhos é a energia nuclear, pondera o embaixador e atual ministro-chefe da secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães.

Ele observa que a energia nuclear é uma solução viável para a geração de energia elétrica em grande escala, uma vez que estão superados os problemas ambientais e de segurança. "A energia nuclear, que hoje responde por 20% da energia elétrica produzida nos Estados Unidos; 75% na França; 25% no Japão e 20% na Alemanha, é produzida, como se sabe, a partir do urânio. E o Brasil O Brasil tem a 6ª maior reserva de urânio do mundo, tendo ainda a prospectar mais de 80% do seu território e a estimativa é de que o Brasil pode vir a deter a terceira maior reserva do mundo. Cinco companhias no mundo produzem 71% do urânio.

O quadro revela gigantescos interesses econômicos e estratégicos e é nele que deve ser vista a iniciativa de rever o Tratado de Não -Proliferação Nuclear (TNP), assinado em 1968, com a inclusão de protocolos adicionais que pejudicariam países como o Brasil no tocante à energia nuclear. Guimarães lembra que desde 68, os Estados nucleares, sob variados pretextos, aumentaram suas despesas militares e incrementaram de forma extraordinária a letalidade de suas armas não só nucleares como convencionais e assim, portanto, descumpriram as obrigações que assumiram solenemente ao subscrever o TNP.

"E agora desejam rever o Tratado para tornar sua situação ainda mais privilegiada, seu poder de arbítrio ainda maior e a situação econômica e política dos países não nucleares ainda mais vulnerável diante do exercício deste arbítrio".

O diplomata observa que, ao contrário da maior parte dos países que assinaram o Protocolo Adicional, o Brasil conquistou o domínio da tecnologia de todo o ciclo de enriquecimento do urânio e tem importantes reservas de urânio. "Só três países Brasil, Estados Unidos e Rússia têm tal situação privilegiada em um mundo em que a energia nuclear terá de ser a base da nova economia livre de carbono, indispensável à sobrevivência da humanidade. Aceitar o Protocolo Adicional e a internacionalização do enriquecimento de urânio seria um crime de lesa-pátria".

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