sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Olga Benário e Cesare Battisti, dois casos semelhantes

O ministro da Justiça, Tarso Genro, não teme uma crise diplomática entre a Itália e o Brasil caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decida pela não extradição do ex-ativista e escritor italiano Cesare Battisti. O governo brasileiro concedeu abrigo a Battisti, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu anteontem que ele deve ser extraditado, mas ao mesmo tempo deixou a palavra final para o presidente da República.
Tarso Genro é francamente favorável à concessão de abrigo a Battisti. Ele lembra que há semelhanças entre o caso do italiano e o de Olga Benário Prestes, militante comunista alemã, de origem judia, que foi entregue pelo governo de Getúlio Vargas para forças nazistas. E morreu em 1942, na câmara de gás no campo de concentração de Bernburg.

"O caso da Olga Benário foi uma decisão tecnicista na época do governo de Getúlio Vargas. Ela tinha sido acusada de ações militares e, naquele momento, o regime da época entendeu que não era crime político. Um raciocínio tecnicista que não levou em consideração a natureza das disputas políticas", afirmou.

"Se existe alguma analogia ou não entre os dois casos eu não seria capaz de responder neste momento, mas que tem uma certa semelhança tem. Contextos históricos não são iguais, mas o que está se discutindo, em última análise, é se um militante de ultra esquerda que aos 22 anos, há 36 anos, em um contexto de violência, era ou não um militante político. Na minha opinião sim. Pessoas que cometeram atos dessa natureza na Itália estão abrigados hoje em vários países do mundo, inclusive aqui no Brasil". diz o ministro.

Leia mais declarações de Tarso Genro aqui.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ministro Edson Santos fala sobre quilombolas e Dia da Consciência Negra

No programa veiculado na manhã desta quinta-feira (19/11) com a participação de rádios de todo o Brasil, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, falou sobre as ações voltadas às comunidades quilombolas e as comemorações do Dia da Consciência Negra, nesta sexta-feira (20/11).
Entre as atividades previstas para a data está o ato público que acontecerá na praça Castro Alves, em Salvador (BA), com a presença do presidente Lula. No evento serão assinados 29 decretos para dar títulos de posse de terra a comunidades de quilombos de 13 estados. Também será lançado o Selo Quilombola, marca a ser atribuída a produtos artesanais dessas comunidades.
Ouça aqui a íntegra do programa:

No desespero, oposição busca até explicações esotéricas sobre blecaute

A oposição está totalmente sem rumo, sem prumo, sem candidato, sem ação coerente. O sucesso do governo do PT e aliados e o fato de Lula ser o melhor presidente do Brasil de todos os tempos, o fato de a crise econômica mundial ter atingido o Brasil como "uma marolinha", e a desigualdade social, a fome e a miséria terem diminuído muito no governo Lula, conquistas reconhecidas pelo povo brasileiro e também mundialmente, tudo isso surtou a oposição.
Pois o PSDB e o DEM (ex-PFL) surtaram de forma tão avassaladora que já estão apelando para os espíritos, para a magia, esoterismo, videntes. Parece piada, mas é a realidade. O senador Arthur Virgílio PSDB (AM) disse que convidou a vidente da Fundação Cacique Cobra Coral, Adelaide Scritori, para participar dos debate sobre as causas do blecaute da semana passada como um "protesto" contra a blindagem da ministra Dilma Rousseff.
Talvez o PSDB queira entregar à vidente o Ministério de Minas e Energia. Seu poder espiritual garantiria que raios não caíssem nunca mais nas linhas de transmissão, que os ventos, chuvas, tempestade passariam longe das linhas de transmissão de energia.
O PSDB não teve competência quando foi governo para resolver os problemas energéticos do Pais, já que se norteou por uma agenda neoliberal e privatista. Com o condomínio PSDB-DEM, o Brasil quebrou três vezes e, na área energética, padeceu de seguidos apagões e de um racionamento, em 2001, que durou meses e provocou prejuízos à economia de R$ 45 bilhões.
Agora, apelam para o sobrenatural, para espíritos, videntes, cartomantes. É puro desespero. Vão chamar também o Juscelino Luz, que garantiu diz ter registrado em cartório que Geraldo Alckmin seria eleito presidente em 2006?
(Com informações do Blog da Dilma)

Caetano Veloso, alfabetizado, deselegante e preconceituoso

Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara-Ba, residente em Salvador, uniu-se à grande corrente de protesto contra as falas grosseiras de Caetano Veloso contra o presidente Lula. Em formato de cordel, ele afirma: "O Caetano deveria/Ser modesto e mais gentil/Porém o seu narcisismo/Que não é nada sutil/Faz dele um homem frustrado/Por ser bem menor que Gil".

E acrescenta: "O Caetano gosta mesmo/É de gente diplomada:Serra, Aécio, Jereissati/Toda tribo elitizada…/Bajulou FHC/Que fez muita trapalhada".

O texto de Antonio Barreto pode ser lido na íntegra aqui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A grande mídia e a desigualdade racial

Pesquisa do Observatório Brasileiro de Mídia revela posicionamento contrário de grandes revistas e jornais brasileiros em relação aos principais pontos da agenda de interesse da população afrodescendente (ações afirmativas, cotas, Estatuto da Igualdade Racial e demarcação de terras quilombolas). O professor Venício Lima, um dos maiores especialistas em análise crítica dos meios de comunicação, mostra que a grande mídia tem passado ao largo a respeito das questões raciais.
O Brasil de 2009 é, certamente, outro país. Apesar disso, “os negros continuam em situação de desigualdade, ocupando as funções menos qualificadas no mercado de trabalho, sem acesso às terras ancestralmente ocupadas no campo, e na condição de maiores agentes e vítimas da violência nas periferias das grandes cidades”.

O professor deteve-se em uma pesquisa encomendada pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), realizada pelo Observatório Brasileiro de Mídia (OBM) e que analisou 972 matérias publicadas nos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo, e 121 nas revistas semanais Veja, Época e Isto É – 1093 matérias, no total – ao longo de oito anos. Uma das constatações: "Com graus diferentes, os jornais observados se posicionaram contrariamente aos principais pontos da agenda de interesse da população afrodescendente. Em toda a pesquisa, as políticas de reparação – ações afirmativas, cotas, Estatuto da Igualdade Racial e demarcação de terras quilombolas - tiveram o maior o percentual de textos com sentidos contrários: 22,2%"

Clique aqui para ler o texto de Venício Lima na íntegra.

"Catástrofe ecológica não assusta os países ricos"

O fracasso em negociações para combate ao aquecimento mostra que, mesmo estando em jogo uma catástrofe ecológica, países ricos não abandonam estratégias de dominação. Essa é a principal constatação do professor e jornalista Bernardo Kucinski, em artigo escrito para a Revista do Brasil.

" Na grande conferência sobre mudanças climáticas convocada para dezembro em Copenhague, na Dinamarca, há um risco de que o Protocolo de Kyoto seja simplesmente enterrado. E que nada de melhor surja no lugar. Se isso acontecer, como parece provável depois do fiasco da conferência preparatória do mês passado em Bangcoc (Tailândia), será um gigantesco retrocesso civilizatório".

A conferência de Bangcoc terminou em fracasso depois que delegados dos 130 países menos desenvolvidos abandonaram o plenário em protesto contra uma sugestão dos países ricos, de criar um novo acordo sobre o clima em vez de discutir a implementação da fase 2 do Protocolo de Kyoto, para 2012 em diante. Nova conferência preparatória, em Barcelona, neste início de novembro, seria a última chance de aproximar posições antes de Copenhague.

O Protocolo de Kyoto é o único mecanismo compartilhado entre nações ricas e pobres que limita emissões de gás carbônico sem limitar o desenvolvimento de países pobres. Firmado em 1997 para ter sua primeira fase de metas de redução de emissões entre 2005 e 2012, é o primeiro tratado internacional desse porte em toda a história da humanidade regido pelo princípio da equidade: tirar dos que já têm muito para dar aos que têm de menos. E único criado a partir de uma lógica científica de interesse público, e não a lógica do poder".

Leia aqui a íntegra do artigo.