
Evo Morales termina seu primeiro mandato não apenas com a imagem fortalecida junto aos pobres, graças a uma série de programas sociais, mas também é reconhecido por empresários da Bolívia e até pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo modo com que conduziu a economia boliviana.
Em sua gestão, as reservas internacionais subiram de US$ 1,71 bilhão para US$ 9 bilhões. O PIB cresceu sempre acima dos 4% e neste ano, apesar da crise internacional, deve avançar 3%, a maior taxa da América Latina segundo projeções do FMI. A inflação anual está em 3%. As exportações registram recordes e o setor público não financeiro obtém superávit pela primeira vez desde 1970.
“Esses dados mostram que um indio, com todo o preconceito contra ele alimentado por elites da Bolívia e de fora, realiza seguramente o melhor governo que seu pais já experimentou até agora”, disse Nilson Mourão. Ele comparou o caso Morales com o do próprio presidente Lula, que, ao assumir em 2003, teve de enfrentar preconceitos da oposição, das elites e da mídia. “Ambos ainda enfrentam preconceitos, mas os seus feitos à frente do governo mostram, concretamente, que têm mais capacidade de gestão que os membros das elites que os antecederam”, sublinhou Mourão, que é membro da Frente Parlamentar Brasil/Bolívia.